Que atire a primeira pedra aquele que terminou o curso de Direito, pegou o canudo na Colação de Grau e não sentiu o corpo todo tremer, enquanto pensava: Santo Deus, e agora?
É assustador.
O mercado tá lá fora, nos esperando, e nem sempre de braços abertos. Em que pese o Exame da Ordem assuma grau de dificuldade cada edição maior, temos, com devido respeito aos colegas, advogados saindo pelos bueiros. Enviar currículos, por vezes, é como soltar uma pedrinha num poço sem fundo: a gente solta, mas não ouve cair. (Calma) Se você não entendeu a analogia é porque todos os e-mails que você enviou até hoje foram respondidos, ainda que com um: “Muito obrigado(a) por participar do nosso processo seletivo. Guardaremos suas informações para futuras vagas”.
Rapazes, neste cenário, vestem seu melhor terno, a gravata mais bonita e um sapato novo, que ainda machuca, afinal não está laceado; Meninas, um vestido meia altura, comportado, discreto e elegante – sim, você precisa conseguir reunir todas essas características numa mesma peça – maquiagem e sapatos ligeiramente desconfortáveis (mas você não liga. Sua mãe diz que usar salto é lindo. Você fica ótima… só precisa aprender a andar neles). Ora, vamos à rotina:
Suas primeiras petições serão um desastre. Nas primeiras audiências você pode ter palpitações, suar frio e gaguejar. Calma! São sintomas bastante clássicos. Respire fundo e demonstre plenitude. Lembre-se: você, fatalmente, será designado pra atividades que os advogados mais antigos não têm tempo, muito menos paciência para realizar. Faça-as! Brincadeiras à parte faça-as com toda dedicação. Tudo aquilo que realizamos, não só profissionalmente, mas que empreende o máximo de esforço nos engrandece. Especialmente como pessoas.
Começar a vida profissional não é fácil, mas sejamos honestos: que começo é? Não conhecemos os atalhos. O caminho – ainda que tenhamos uma direção – só pode ser trilhado por nós mesmos. E acreditem: a experiência pode ser incrível! Então, jamais pare de estudar, de buscar clientes (afinal, você precisa sobreviver), mas acima de qualquer coisa, viva a advocacia.
Autora: Iria Guedes
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